• Autor Raissa Medeiros Ferreira
  • Ano 2019/2
  • Localização -22.911231, -43.22664
  • Orientador Gustavo Poeys
  • Resumo

    A Teko Haw Maraká’nà (conhecida como Aldeia Maracanã) é uma Comunidade Indígena Pluriétnica que resiste a sua expropriação no antigo Museu do Índio e terreno adjacente. Trata-se de uma construção subutilizada pelo Estado desde a transferência do Museu do Índio para Botafogo. O edifício encontra-se abandonado e com características de intensa degradação em um dos pontos de maiores fluxos da cidade. A partir de 2006 o espaço é reivindicado por grupos indígenas que ocupam o terreno, trazendo novos usos para o edifício e entorno. Após uma série de conflitos com o governo, ameaças de demolição e expulsões violentas, o edifício entrou em processo de tombamento em 2017 pelo INEPAC, que protege principalmente suas fachadas originais. Apesar disso, até o momento as reinvindicações indígenas não foram totalmente atendidas e a ocupação do espaço ainda é ameaçada. O espaço é reivindicado pelo grupo para implantação de uma aldeia urbana reconhecida pelo governo, como território vivido, de manejo indígena, espaço de preservação de suas sementes e seus saberes ancestrais. O projeto reconhece a legitimidade da luta territorial indígena urbana, considera os usos já existentes do espaço e as demandas sociais para criar uma proposta de requalificação do lugar, a fim de comportar de maneira adequada os ocupantes e reintegrar o terreno ao espaço urbano. Tem como objetivos principais readequar o espaço ocupado pela organização para abrigar a aldeia urbana, como centro de referência e apoio a cultura indígena, a fim de reforçar a referência de ancoragem cultural. O foco é a estruturação da Aldeia Maracanã para a preservação da memória indígena e vencer a questão da violação dos direitos humanos indígenas pelo estado. A integração cultural é enriquecedora para todos os envolvidos e gera importantes impactos sociais. A aproximação da sociedade urbana a cultura indígena mais profundamente é essencial para desmistificar a figura do índio contemporâneo, auxiliando na aceitação da preservação de suas tradições, além de impulsionar a absorção dos seus conhecimentos em ambientes de pesquisa para o desenvolvimento de tecnologias atuais.


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